sábado, 12 de junho de 2010

12 de Junho de 1993 - Fim do Jejum Alvi Verde

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    Dia 12 de junho de 1993, uma data histórica que a torcida do Palmeiras levará consigo até o último dia de vida. Tanto que milhares de Palmeirenses consideram esta data como um dos dias mais felizes de suas vidas. E não é para menos - Sociedade Esportiva Palmeiras, Campeã Paulista de 1993.
    O Palmeiras entrava em campo naquela tarde acinzentada de 12 de Junho, contra o arqui-rival, Corinthians. A angústia da torcida perante aos 16 anos de fila que o Palmeiras acumulava, era talvez o estopim daquela massa alviverde que lotou todas as dependências do estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi.
    Mais de 104 mil espectadores, para aquela partida que o Corinthians, por talvez ter vencido o primeiro jogo por 1 a 0, era favorito. O Palmeiras tinha uma dura batalha de ganhar o jogo no tempo normal e suportar mais 30 minutos na prorrogação - o regulamento era cruel para quem tinha feito a melhor campanha no campeonato.
    A coragem daqueles torcedores que empurravam o time era enorme. E precisamente aos 36 minutos do primeiro tempo Zinho abre a contagem – Palmeiras sai na frente. Jogo disputado, início de segundo tempo, Edmundo sai na frente de Ronaldo tentando avançar em direção ao gol, mas Ronaldo o derruba e é expulso. Após a expulsão do goleiro, estranhamente o juiz José Aparecido de Oliveira expulsa o zagueiro Tonhão do Palmeiras – uma expulsão muito injusta.
    Passado a turbulência do início de segundo tempo, aos 28 minutos, sempre ele, Evair deixa o seu – ele que havia sido o melhor jogador do campeonato -, aumentando o placar para 2 a 0. O Palmeiras tinha domínio de jogo, Edílson era infernal junto com Edmundo, que não deixou o seu. Mas, após um chute consciente de Evair que infelizmente bateu na trave, Edílson, pegando o rebote aos 38 minutos sacramentava a vitória alviverde no tempo normal.
    Passado também a vitória, o Palmeiras tinha a árdua batalha de enfrentar o cansaço e a pressão psicológica e derrotar mais uma vez o Corinthians, só que desta vez na prorrogação. Ezequiel do time do outro parque foi expulso, deixando-os com oito jogadores em campo. Evair só tinha o trabalho de rolar para redes, e nessa matéria ele era nota 10. “Sempre o Sampaio vinha e falava uma frase no meu ouvido. Neste pênalti foi estranho, porque ele demorou para vir. Eu pegava distância, olhava para os lados e ele não aparecia. Mas ele veio e disse: ‘vai em nome de Jesus’.
    "Naquele momento, parecia que eu não tocava o chão. Parecia que eu estava flutuando. Bati aquele pênalti, foi o gol mais importante da minha carreira e eu não imaginava a importância daquele chute. Os torcedores palmeirenses estavam de mãos dadas nas arquibancadas e aquele foi um momento muito gostoso.”, Evair, em entrevista para a Gazeta Esportiva.
    O apito trilou o fim da partida e a explosão foi em proporções mundiais, o Brasil e os Palmeirenses pelo resto do mundo comemoravam aquele título que foi um dos bonitos da história. O Palmeiras saia de uma longa fila de 16 anos de espera para voltar gritar “é campeão!” comemorava o seu 19º título Paulista e não poderia ter sido melhor - o famoso Dia dos Namorados mais feliz da história dos Palmeirenses. O alviverde se sagrava campeão com uma campanha no mínimo invejável – foram precisamente 38 jogos - 26 vitórias, 6 empates, 6 derrotas - 72 gols pró, 30 gols contra.
*Fonte: Palmeiras Todo Dia
Ficha Técnica
Palmeiras 4x0 Corinthians

Palmeiras;
Sérgio; Mazinho, Antônio Carlos, Tonhão e Roberto Carlos; César Sampaio, Daniel, Edílson (Jean Carlo) e Zinho; Edmundo e Evair (Alexandre Rosa).
Técnico: Wanderley Luxemburgo.
Corinthians;
 Ronaldo; Leandro, Marcelo, Henrique e Ricardo; Ezequiel, Marcelinho, Paulo Sérgio e Adil (Tupãzinho, depois Wilson); Viola e Neto.
Técnico: Nelsinho Batista.
Local - Morumbi
Data - 12/06/93
Árbitro - José Aparecido de Oliveira
Renda - Cr$ 18.154.900.000,00
Público - 104.401 pagantes

Abraços
Ðan Castanho

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