segunda-feira, 14 de maio de 2012

'Estamos repetindo o que Pelé e outros fizeram', diz artilheiro Neymar

Desde 1996, quando Giovanni fez 24 gols, o Santos não tinha um artilheiro isolado no Campeonato Paulista. Mas isso é passado, e como diz o ditado, "quem vive de passado é museu". O goleador do presente é santista e atende pelo nome de Neymar
Com 20 gols (108 pelo Alvinegro no total), dois deles marcados neste domingo, na vitori 4 a 2 sobre o guarani, o craque conquistou pela primeira vez a artilharia do estadual. Este é o terceiro prêmio de goleador na carreira do atacante, já líder no quesito na Copa do Brasil (2010) e no Sul-Americano Sub-20 (no ano passado), com a Seleção Brasileira.
Para coroar o brilhante campeonato do camisa 11, o decisivo jogo do tricampeonato santista teve a sua marca. Mais uma vez. Principal destaque do Peixe, como de costume, Neymar foi quase solista na desafinada orquestra alvinegra na final.
- Não imaginava que essas coisas poderiam acontecer na minha vida. Estar repetindo o que o Pelé e tantos outros craques fizeram... A gente está chegando perto do que eles fizeram. Esse time vai fazer história! - disse, emocionado.

Sem o maestro Ganso e todos os demais integrantes em dia inspirado, coube a ele chamar para si a responsabilidade de tocar a música do tri no Morumbi.
Um minuto e oito segundos separaram o primeiro apito de Paulo César de Oliveira até o gol do Santos. Parece pouco, mas é mais do que suficiente para Neymar. Em seis toques na bola, ele abriu espaço, enfiou belo passe para Elano e viu Alan Kardec abrir o placar.
  O empate do Bugre nem incomodou o craque. Ele parecia saber que no roteiro do espetáculo da final também era necessário raça para conseguir o título. Justamente em jogada fora das suas características, nasceu o segundo gol. Após dividida com Danilo Sacramento, ele achou Juan. Na sequência do lance, o lateral-esquerdo sofreu pênalti, convertido pelo craque (prova de que o treino do fundamento na véspera surtiu efeito).

Na comemoração, um coração para dona Nadine, em homenagem ao Dia das Mães, o já famoso "toiss" em direção aos amigos e uma nova dancinha para delírio das "Neymarzetes" no estádio.


À vontade, Neymar também mostrou que o lado garçom está cada vez mais afiado. Ao longo da final, foram diversos passes que deixaram os companheiros em boas condições para ampliar o marcador ou continuar boas jogadas, mas todas elas desperdiçadas. Alan Kardec e Juan foram os mais acionados por ele.
Mas nem só de belos dribles e arrancadas empolgantes viveu o atacante na final. Como toda boa decisão, que reserva dose de drama, o Bugre se mostrava guerreiro e sempre igualava o marcador. Neymar recebeu faltas, mas também bateu. A ponto de receber amarelo por dura entrada em Bruno Peres.
O melhor do solista, porém, ainda estava por vir. Justamente no segundo tempo, para deixar a sua marca mais evidente quando os santistas se lembrarem do tricampeonato no futuro. Na volta para a etapa final, todos os jogadores e até o árbitro esperaram que ele ajeitasse a proteção no punho. Sinal de que a maior estrela era realmente importante para a orquestra funcionar.
Com a bola rolando, ele novamente "solou" pelo Peixe. Entre mais dribles e belas arrancadas, veio seu segundo gol. Enquanto Alan Kardec se contorcia de dor no chão, Neymar preferiu ir em frente, pois queria mais. Aplicou três dribles nos adversários na entrada da área e acionou Juan, na esquerda. O lateral retribuiu o passe para o camisa 11, que só deslocou Emerson, sem chances.
Ainda houve tempo para comemorar o quarto gol, de Alan Kardec, antes de soltar o grito de tricampeão. O histórico título do Santos tem a marca do solista. Será para sempre lembrado como o tri de Neymar.


Globo.com



Marcel Henrique

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