O Maestro da Vila

Há quem diga que os craques se diferem dos jogadores comuns nas decisões. Assumir a responsabilidade na “hora H” não é missão fácil, mas para Paulo Henrique Ganso, de apenas 22 anos, a tarefa é encarada com naturalidade. Na verdade, o meia santista até prefere esse tipo de situação.

– Gosto de grandes decisões, de sempre assumir a responsabilidade – disse o Maetro

De fato, o camisa 10 do Peixe demonstrou personalidade em momentos cruciais neste ano, quando decidiu dar menos ouvidos à DIS, optou por renovar contrato com o Santos e assumiu o risco de se submeter a uma artroscopia no joelho semanas antes da semi da Libertadores. Mas... Em 2012, o meia ainda não brilhou em um jogo de grande importância. Chegou a hora?
Nesta quarta-feira, às 21h50, contra o Corinthians, Ganso é uma das principais armas santistas para vencer o superclássico e classificar o clube de Vila Belmiro para a quinta final de Libertadores da história. O Maestro espera uma pedreira, mas esbanja confiança na vitória.

– O torcedor tem de acreditar pois conhece o time que tem, vencedor que é. Nós já saímos de situações piores. A derrota foi dos males o menor. Agora, precisamos apenas de uma vitória e 1 a 0 leva aos pênaltis.

No mesmo Pacaembu onde conquistou seu primeiro título como profissional, o Paulistão de 2010, em partida marcante, contra o Santo André, o meia conta com um duelo de defesa contra ataque, no qual a sua visão de jogo e passe refinado podem fazer a diferença. Além disso, o camisa 10 tem a exata noção do que representa um triunfo no clássico.

– É um jogo emblemático, que pode nos levar para a segunda final de Libertadores consecutiva. A gente quer marcar história, aumentar ainda mais nosso nome. Vencendo o Corinthians, faremos isso – comentou.

Chegou o momento que você gosta, Ganso. É hora de decidir

Ganso, durante treino no CT Rei Pelé (Foto: Ivan Storti)

Meia repetiria ‘não’ ao treinador

No mesmo Pacaembu em que enfrenta nesta quarta-feira o Corinthians, Ganso ficou marcado por, na final do Paulistão de 2010, contra o Santo André, se recusar a sair de campo, quando Dorival Júnior tentou substituí-lo. No fim da partida, quando o Peixe perdia por 3 a 2 (placar que garantia o título ao Alvinegro), o treinador indicou que iria substituir o camisa 10, que prontamente sinalizou que não deixaria o gramado.
– Estávamos com dois homens a menos e eu era o único jogador que conseguia segurar a bola no ataque. Foi uma decisão de momento, ainda bem que conseguimos vencer, senão eu estaria morto – recorda-se.

Apesar de a situação ser improvável de se repetir, Ganso não descarta novamente dizer “não”, desta vez para Muricy Ramalho. Embora reafirme seguidas vezes que respeita as decisões do treinador, ele diz que se recusaria a sair do clássico caso tivesse certeza que o Peixe ganharia o jogo graças a isso.

– Se eu pudesse ajudar, até falaria. Se soubesse que iria vencer o jogo...Mas é complicado, é no momento da partida que tem que ver isso – disse o Maestro

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Nascer viver e no Santos morrer....
ATT: Evandro Braga