sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O legado, a Caxirola e nós panacas

De Vitor Birner
O Brasil tem vários instrumentos musicais com os quais a população se identifica.
Todo brasileiro sabe o que são tamborins, caixas, surdos…
Nossos estádios ficavam mais festivos quando o ingresso permitia a presença do povão e a música das baterias e charangas, dependendo da região, era atração.
Eis que Carlinhos Brown inventou uma tal caxirola, inspirada no caxixi, instrumento desconhecido pela maioria dos brasileiros.
O artista apresentou um projeto da sua ‘genial’ criação e ganhou o apoio do Governo Federal.
Não faz muito tempo, vários estrangeiros achavam que Buenos Aires era a capital do Brasil e as grandes cidades daqui esatavam repletas de macacos e de gente pelada nas ruas.
Tem cabimento o uso de algo que não tem a ver com os brasileiros no evento onde temos a chance e a obrigação de mostrar nossa cultura ao mundo?
Vão falar insistentemente da caxirola e criar outra modinha chata para todo mundo comprar uma?
Será que já definiram quem irá fabricá-la e ganhar com esse oportunismo sem limites?
As dezenas de bilhões dos impostos não servirão nem para os gringos conhecerem a nossa nação?
Estádios luxuosos, instrumento inventado, a bola é brazuca com z, o tatu terá nome estranho….
Está complicado.
E vai ficar mais.
Brasília cancelou a construção do VLT.
A grana para o estádio, que se transformará noutro elefante branco, continua disponível. E se precisarem de mais provavelmente não faltará.
Outras obras prometidas lá atrás não sairão do papel. Cadê os aeroportos?????
A mentira dos palcos dos jogos bancados pela iniciativa privada foi esquecida e quase ninguém cobra.
O custo da parte do legado talvez custe mais do o necessário.
Nossos políticos possuem grande tradição em desvio de dinheiro público.
Tenho o direito de desconfiar que podem ocorrer casos assim e torcer, sem muitas razões de acreditar,  para não acontecerem.
Enquanto isso, Mano tenta acertar o time dentro de campo.
Restando menos de dois anos para o início do Mundial, a nota brasileira para a tal lição de cidadania, que exige o cumprimento de promessas importantes e austeridade no trato da verba pública, a mesma grana em falta para o investimentos em hospitais, salários de professores, médicos, policiais, construções de quadras e desenvolvimento do esporte educativo, continua baixa.
Nem as contas do Pan, que custaria menos R$ 400 millhões e as notícias cobre o tema dão conta de que saiu por mais de R4 bilhões, foram aprovadas ainda.
Em suma, a nação enriqueceu, a economia melhorou, a parte ruim de nossa cultura deve ser preservada e a boa colocada em segundo plano.
E há quem defenda tudo isso.

Fonte: Blog do Birner (Uol)


OPINIÃO 

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