Se Elano
fosse ator, disputaria todo ano o Oscar de melhor coadjuvante. Com
muito orgulho e sem ambição de se tornar protagonista. Entre os motivos
da alegria do jogador, em alta novamente no Santos, está o fato de ter
voltado a ser importante numa equipe em que está longe de ser a
principal estrela.
Tem sido assim durante sua carreira. Em 2002, foi fundamental para que
Diego e Robinho brilhassem e levassem o Santos ao título brasileiro. Na
Seleção Brasileira, roubou a cena mesmo ao lado de estrelas como Kaká,
Luis Fabiano e Ronaldinho. Agora, não se importa em correr muito para
permitir que Ganso e Neymar recebam os maiores aplausos.
- Apesar de uma carreira sólida e brilhante, sempre me senti um
coadjuvante, e estou feliz por me sentir assim novamente. Um bom
coadjuvante é importantíssimo para o craque, que hoje considero ser o
Neymar. Assim conquistei todos os títulos e me sinto preparado para
ganhar o Paulista – explicou.
Amigo de todos os principais atletas, Elano não se sente à vontade para
comparar o time atual ao de dez anos atrás. O meia ressalta sua
parceria com Robinho, com quem até hoje mantém contato frequente, e
também é muito próximo de Neymar, a quem chama de Magrelo. Os dois
atacantes, aliás, também inventaram um apelido curioso para Elano.
- Carpete, por causa do meu cabelo (risos).
O camisa 8 chama de “fantásticos” os amigos e, em campo, assume o papel
de mais velho. Aos 30 anos, se impressiona com a facilidade que Neymar
tem para identificar seus erros e consertar na próxima jogada, e cobra
Ganso o tempo inteiro para que o companheiro esteja sempre próximo do
gol. A explicação é simples: ele é muito craque para recuar.
Mas não é apenas o quarteto que merece elogios rasgados. Para Elano, o
time campeão brasileiro de 2002 não seria tão eficiente sem a presença
do volante Renato, hoje no Botafogo. Assim como o atual deve muito a
Arouca. Direto de seu refúgio, em Limeira, interior paulista, o meia
mandou um recado bem claro ao técnico Mano Menezes.
- Já passou da hora do Arouca ter uma chance na Seleção Brasileira.
Milhares de jogadores já tiveram uma oportunidade e ele merece a dele.
Se vai ficar ou não, só a sequência vai dizer, mas é lindo acompanhar o
crescimento que ele teve desde que veio do São Paulo.
Para Elano, ser coadjuvante não é razão de vergonha. Ao contrário.
Sorte dele e do lateral-esquerdo Léo, outro que teve oportunidade de
atuar ao lado das duas gerações.
- Somos privilegiados, é uma honra. Só pude ganhar tanta coisa porque trabalhei com gente boa.
(Globo.com)
Marcel Henrique
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