"Fiz parte de umas das coisas que mais condeno na vida e com a qual mais tenho cuidado: participei de um evento escancaradamente político, populista, em um contexto desconhecido, sem saber as possíveis consequências e intenções", declarou o ex-jogador, na mensagem divulgada.
Raí detalhou como surgiu o convite para o amistoso, que inicialmente seria realizado na Rússia, país escolhido para receber a Copa do Mundo de 2018. Suas desconfianças aumentaram quando o local da partida foi alterado para Grozny, na Chechênia, país marcado por confrontos entre rebeldes separatistas e forças armadas russas.
Raí recebeu o pagamento por sua participação como combinado, um valor "equivalente a pouco mais do que cobro para ministrar uma palestra de 2 horas na cidade de São Paulo", segundo ele próprio, e rumou para o leste europeu. Só quando desembarcou em Grozny e tomou conhecimento da situação política da cidade, que havia sido 98% destruída em combate, que se arrependeu.
"Me senti mal por ter sido inconsequente, e não criterioso como sempre costumo ser. Quando percebi o tamanho do risco, após o jogo, minha vontade foi de esconder-me de tudo e todos, inclusive de mim mesmo", contou o ex-atleta, que só foi informado de o presidente da Chechênia, Ramzan Kadyrov, e seus amigos integraria o time adversário horas antes do início da partida.
"Desta imbecilidade (assim que me senti) cometida, ficam duas grandes lições: acompanharei de perto o processo político na Rússia/Chechênia; e estarei muito mais alerta a esses possíveis deslizes de avaliação", apontou o ex-são-paulino.
*Fonte: Terra
AbsÐan Castanho
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